Palestra 2
Os vidros metálicos são materiais que, diferente dos metais convencionais, não possuem estrutura cristalina. Embora exista algum ordenamento atômico de curto alcance, entre os primeiros vizinhos, a estrutura é essencialmente amorfa. Isso confere características únicas a esses materiais. Assim como os vidros de outras classes de materiais os vidros metálicos possuem uma temperatura de transição vítrea característica. Acima dessa temperatura se comportam como um líquido muito viscoso que pode ser moldado, de maneira semelhante aos vidros convencionais e polímeros termoplásticos, sem o inconveniente da contração de solidificação típica dos metais. Essa estrutura amorfa também lhes confere grande resistência mecânica, dureza e maior elasticidade. A deformação plástica não ocorre pelo mecanismo clássico de movimentação e multiplicação de linhas de discordância como nos metais cristalinos. A ausência de contornos de grão e a uniformidade estrutural e química da matriz também lhes confere grande resistência à corrosão, por exemplo. As ligas comercialmente disponíveis de vidros metálicos encontram aplicações diversas como, por exemplo, dispositivos elétricos e magnéticos, microengrenagens, sensores de pressão, células de combustível, dispositivos biomédicos, embalagens e artigos esportivos.
MINISTRANTE
Marcelo Falcão de Oliveira possui graduação em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (1994), mestrado em Ciência e Engenharia dos Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (1997) e doutorado em Ciência e Engenharia dos Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (2001). Atualmente é professor livre-docente da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Engenharia de Materiais e Metalúrgica, com ênfase em Transformação de Fases, atuando principalmente nos seguintes temas: vidros metálicos, cristalização, microestrutura, ligas amorfas e nanocristalinas. (Fonte: Currículo Lattes)