F18 E BIOSILICATO: PROPRIEDADES E APLICAÇÕES

Os vidros bioativos são conhecidos por conseguirem se ligar quimicamente aos tecidos duros e moles e estes materiais têm sido aplicados para regeneração de tecidos em diversos procedimentos médicos e odontológicos. Por mais de 30 anos, pesquisadores do Laboratório de Materiais Vítreos (LaMaV - UFSCar, Brasil) têm se dedicado a investigar esse extraordinário biomaterial. Por meio de diversas pesquisas foi possível o desenvolvimento de tecnologias inovadoras: um novo vidro bioativo e uma vitrocerâmica, F18 e BioSilicato, respectivamente. Esses dois materiais originaram mais de 35 teses e dissertações e mais de 40 artigos científicos explorando o uso de inúmeros dispositivos feitos a partir destes vidros, assim como avaliações de sua eficácia em diversas aplicações. Ambos os materiais são altamente bioativos, osteocondutores, osteoindutores, não citotóxicos, não genotóxicos e possuem propriedades antibacterianas. A vitrocerâmica, BioSilicato, tem a vantagem de apresentar melhores propriedades mecânicas e também usinabilidade, enquanto que, devido à sua alta estabilidade contra cristalização, o F18 permite a fabricação de formas complexas, como fibras contínuas e peças 3D, sendo um biomaterial versátil e polivalente. Ambos os materiais foram testados, com sucesso, in vitro, in vivo e em alguns estudos clínicos. Vários ensaios ainda estão em andamento, tendo bons resultados até o presente momento, o que nos faz acreditar que esses biomateriais são de fato excelentes opções para uma ampla gama de aplicações de engenharia de tecidos.



PALESTRANTE


Marina Trevelin possui graduação em Odontologia pela Universidade Estadual de Campinas (2008), Mestrado e Doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos, Doutorado Sanduíche na Friedrich-Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg. Realizou o Pós-Doutorado no Laboratório de Materiais Vítreos da Universidade Federal de São Carlos (LaMaV-UFSCar), atuando principalmente nos seguintes
temas: biomateriais, vidros bioativos e biocompósitos.
Atualmente, é sócia-fundadora do startup "Vetra - Produtos Cerâmicos de Alta Tecnologia" e pesquisadora responsável em um projeto Fapesp - PIPE Fase II Direta. (Fonte: Currículo Lattes)